05/11/2008

a queda (noções banais para uma filosofia vagabunda)

Um poema uma música, algo de arte em meios o mundo tecnologico....

Por Eduardo Ferreira


meu velho e falecido avô baiano pedro ferreira dizia entre cômicas reações da platéia: velho morre de três Qs - queda quoice e quaganeira.

quaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaquaqua

esqueceu do riso.

nada a ver com rizomas. ou outras expressões filosóficas pós-modernas.
tudo a ver com os famigerados ditos populares: morrer de rir, é uma dessas expressões.

(compus uma música assim: já não sei mais o que faço, diante desse seu sorriso fácil/falso, da sua boca roxa sai um oh! de puro espanto, enquanto eu canto, enquanto eu canto, e você ri, ri até morrer...)

falo agora da queda. quair de baiano. quair até morrer.
vi a queda de kublai khan vi napoleão de quatro
vi reis e rainhas coitados
atravessados até a garganta com o gosto do fracasso extremo

todos fracassam diante da constatação definitiva
de que nada permanece

devorei a cabeça de meu pai na mesa de jantar
oferto-me a minhas mais de mil filhas num jantar qualquer na mesa principal

hedonismo clânico
ponderando abalos cataclísmicos

vi triunfos orientais sob cânticos otomanos
vi dedalus breus luzes difusas

você, meu caro fantasma contemporâneo,
vejo sua imagem pura fantasmagoria cibernética
ser de pixels - átomos da imagem

vejo nada
vejo a roda parada
a corrosão do ferro
a morte do aço

que compõem nossos dentes

Fonte: Caximir Buquê

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